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Esta é a página Lago, aqui poderão ler um pouco de todos os excertos que me inspiram como Dulce Xavier, letras de músicas, poemas, imagens, etc... 

 

Chamei-lhe lago pois a água está associada ao nascimento, ao passado, às memórias e ao nosso interior e no fundo estas foram as sementes que deram vida aquilo que escrevo e poderão ser memórias de tempos idos, pessoas que tocaram a minha vida e principalmente a minha alma, que me inspirara e continuam a inspirar, que me fizeram e fazem acreditar cada dia que passa mais em mim e mais num mundo melhor.

 

Partilho convosco tudo isto porque se neste momento estão a ler estas palavras é porque de alguma forma são sonhadores como eu e a vossa criança interior ainda está muito viva.

 

Obrigada

DX

"(...) Quando nesses dias eu olho as planicies vastas, tenho medo de ver, insensivelmente, transformar-se o meu olhar no olhar espectralmente parado das estátuas. Então agito-me, sacudo-me, falo alto, canto como as crianças que têm medo das sombras imóveis das árvores numa estrada deserta. Tudo é grande, tudo parece fugir, fugir sempre ao longe, como aqueles fantásticos castelos de brumas, onde ninguém chegava nunca - a chuva continua a dizer sempre a mesma coisa, a embalar o tempo que adormeceu agora...
No meu jardim, o vento sacode as rosas e o frágil veludo das pétalas todo se dobra em crispações de cor.
- As baunilhas, muito roxas, inclinam-se a chorar pequeninas lágrimas ténues que eu adivinho entre a seda verde das folhas.
Não sei se o vento fustiga as rosas ou se abraça."

Florbela Espanca
Carta ao Poeta Américo Durão
5-1-1920

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